Dentre as coisas difíceis de se controlar na vida, expectativas certamente encabeçam a lista.
É a fantástica mania humana de esperar aquilo que se sonha e esquecer muitas vezes, de simplesmente realizar.
Já dizia o sábio que se queremos algo distinto devemos antes parar de fazer as mesmas coisas.
Pois bem. Alimentar a espera daquilo que certamente nos confortará não é, digamos, a melhor maneira de modificar as coisas.
E se quer saber mesmo, sou um pouco contra expectativas.
Prefiro mesmo as esperanças.
Enquanto umas te limitam a imaginar o que vai ocorrer.
Outras te deixam sonhar com o que poderá suceder.
É bem diferente. É bastante coerente.
Se mantemos nossas expectativas em um determinado grau, não nos surpreendemos, simplesmente permitimo-nos esperar, pacientemente, a realização ou não de determinada coisa.
A realização pode ser divina. A frustração pode ser cruel.
Já ao evocar as esperanças que nos aquecem o coração, não temos o interesse nítido de esperar a realização, mas sim de alimentar no lado de dentro a possibilidade de uma surpresa, de uma conquista.
E isso vale muito, pois, se não ganhamos nada, já não tínhamos mesmo. E se ganhamos, o que se soma na vida, multiplica-se no sentimento da felicidade.

As vezes a gente tenta coisas novas.
Muda rotas, arrisca o improvável.
Testa culturas distintas, carrega novos sonhos.
Podemos até cultivar o vício das expectativas, mas sinceramente, o que nos faz olhar para trás e ver que tudo valeu a pena é na realidade a esperança que tivemos.
Em nós.
Em nossos desejos.
E nos sonhos de quem nos ensinou que para amar, não precisamos deum lugar exato.
Nosso coração não sabe de coordenadas geográficas.
O lugar de nossa felicidade é definitivamente do lado de dentro, de quem nos completa.

Gabi e Zé, amando.
Longe, perto.
Dentro.

rz