Lembro dos rabiscos autorais e despretensiosos de uma humilde poesia da época em que minha idade não completava duas décadas.
Não queria ser Pessoa, mas colocava tanto de mim naquelas letras que podia me enxergar em traços que nunca haviam sido riscados.
Nesta em específico queria provar que o tempo falava muito sobre o que se sentia.
Sim, o tempo, esse mestre que passa numa cadência tão óbvia que não permite refações.
Arriscava defender o propósito de que os dias transmitiam em seu sabor o que éramos capazes de degustar durante eles.
E claro, o Sol, essa estrela onipresente, queria de maneira escandalosa explicitar uma luz interna tão superior que nem em muitos versos consegui descrever.
Anos depois, muitas primaveras para sempre a lembrança me vem na hora mais exata possível.
Não porque tivesse esquecido desse pensamento que embora infantil mantenha em si tamanha verdade, mas pelo fato de que mais provas se uniram à minha teoria. E daquelas irrefutáveis.
Há dias em que o cinza do céu nada mais é que o reflexo de nossas sensações misturadas de um jeito amargo do lado de dentro.
E há dias, contudo, em que a energia que se distribui em determinados corações é capaz de provar o impossível.
Eu acredito.
Sentimentos tem luz própria.
Afinal de contas, sentir coisas boas nos gera uma luz em nossa alma como se houvéssemos roubado um pedaço do Estrela maior. E de fato o fizemos. De maneira legal, é bem verdade, mas arrancamos um pouco daquela luz que nos guia para os caminhos mais claros para que de dentro para fora fossemos capaz de iluminar não só os passos que somos capazes de realizar, mas também, para acompanhar o traçado romântico daquele que escolhemos para dividir luz, sonhos e sentimentos.
E isso vem de geração em geração. Aprendemos do berço, e levamos para todas os verões.
Amar é encher-se de luz. Uma luz tão própria que não é sua, sendo.
Tão própria que despeja-se claridade, e ganha-se coração, de um, de dois, de todos os outros sóis que se uniram para brilhar juntos.
E aí, mesmo em um dia no qual as previsões mais simpáticas apostavam em algo deveras griz, o sol se fez presente.
Cadeira cativa que era em muitos corações que celebravam uma mesma história não podia despejar mais luz para fazer brilhar sentimento tão especial.
Encontros verdadeiramente acontecem. Sob a luz de um sentimento.
Tarsila e Rodrigo, abençoados num cantinho de paraíso.. Sob o sol. Sob o amor.
rz
Ai, gente, é sempre uma emoção passar por aqui, rs!
Parabéns, Rodrigo, pelas palavras e pelas imagens, que traduzem de uma forma linda o que acontece ao seu redor. E sempre me deixam assim, maravilhada, faça chuva ou faça sol! :)
Beijo beijo!
Lindo!!! As fotos da Carmem belíssimas e a do Marcelo no alto da igreja, maravilhosa, parabéns a Família RZ! bjs